Seríamos incoerentes, se ao termos evocado algumas figuras da nossa terra, não prestássemos homenagem a um poeta de Pardilhó, José Bento.
José Bento de Almeida e Silva, nasceu em Pardilhó a 17 de Novembro de 1932.
Fez os seus estudos primários em Pardilhó, com o Professor Reis.
Posteriormente estudou no Porto e em Lisboa, tendo concluído o curso de Contabilidade no Instituto Comercial de Lisboa.
Colaborou em diversas revistas literárias e no Jornal “O concelho de Estarreja”, tendo chegado a dirigir a revista “Cassiopeia”, que fundou com outros em 1955.
É nos anos cinquenta que se revela como poeta, afirmando-se como crítico literário, tradutor e grande divulgador da literatura Hispânica.
Foi um excelente tradutor de inúmeros poemas de língua espanhola, traduzindo Gabriel Celaya, Pablo Neruda, Cemuda, Quevedo, de entre outros.
Atingiu notável prestígio com a publicação de três colectâneas monumentais:
- “Antologia da Poesia Espanhola do Siglo de Ora”
- “Antologia da Poesia Espanhola das Origens do Século XIX” e
. “Antologia da Poesia Espanhola Contemporânea”
Foi condecorado em 1992 pelo Rei Juan Carlos com a medalha de mérito das Belas Artes.
Em 1992, foi agraciado com a Ordem do Infante, concedida pelo Presidente da República Dr. Mário Soares.
Em 1996, recebeu a Medalha de Ouro de Mérito Municipal,
atribuída pela Câmara Municipal de Estarreja.
Do seu livro “Um Sossegado Silêncio”, que possuímos, extraímos dois poemas que temos o maior prazer em publicar.
Jardim outrora meu e hoje alheio:
canteiros depreciados
pela junça, a nortada, a soledade,
e mãos daninhas, mercenários,
que dessangram o chão antes fecundo:
corpos com nome de que ninguém se lembra
que, embora quebradiços,
caules maltratados mas rebeldes,
aí vacilam, respiram, talvez cantem
como eu desejaria
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A idade não nos despoja,
cumula-nos como coisas:
há cada vez mais retratos
caras e livros por ler,
flores negras, frutos brancos,
sombras em quartos soalheiros,
mais discos e luz insones
a pedir sono e mãos próximas
mais punhais
mais insidiosos
contra corações
mais plenos.
“A cultura está acima da diferença da condição social”
Confúcio
Por informação de um amigo consultei o seu syte, gostei dos relatos que faz da minha querida Vila de Pardilhó, estou de acordo quando diz:
ResponderEliminarAntes do que o Moliceiro e a Enguia, ela também está no coração da Ria!...Um abraço