Objectivo - "Caminhos do Futuro"

Conheci Pardilhó há mais de 50 anos e a esta Vila estou ligado por razões familiares, onde possuo a minha segunda residência.

Aprendi a gostar desta

“Vila Ribeirinha no Coração da Ria de Aveiro”

e a viver a sua lenta evolução.

Muitos de nós, pensamos, falamos mas pouco actuamos. Falta-nos

O DESPERTAR

Foi este sentimento que me moveu a criar este Blog, onde, com respeito pelo passado, se analise o presente e dinamize o futuro.

Queremos desenvolver ideias, apresentar sugestões, ajudar a construir muito do que esta Vila carece.

Pretendemos também, chegar perto daqueles que lá longe, forçados a deixar a sua terra, nunca a esqueceram.

O futuro dos nossos sonhos está nas nossas mãos.

VAMOS DESPERTAR PARDILHÓ !

Ao criarmos a frase:

"Vila Ribeirinha no Coração da Ria de Aveiro"

Fizemo-lo para distinguir a nossa Vila no contexto geográfico em que a mesma se situa.

Se imaginarmos a Ria de Aveiro como um corpo humano, teremos a cabeça a Norte em Ovar e os pés a Sul em Terras de Mira.

Continuando a observar esse corpo, podemos constatar que no seu lado esquerdo se situa o coração, é PARDILHÓ.

Assim, ao usarmos esta frase, estamos não só a referenciar como a dignificar a nossa Vila.

Antes do que o Moliceiro e a Enguia, ela também está no coração da Ria!...

Se gostarem usem e abusem desta frase!

Pardilhó ficará agradecida.


segunda-feira, 1 de março de 2010






Portugal é um país de Micro, Pequenas e Médias Empresas, que contribuem de forma muito relevante para o desenvolvimento do país, quer do ponto de vista económico, contribuindo para o seu Produto Interno Bruto, quer do ponto de vista social, criando emprego e gerando bem estar social.

Em termos do desenvolvimento regional, as Pequenas e Micro Empresas assumem um papel determinante, na medida em fixam população activa que de outra forma teria tendência para migrar procurando trabalho nos maiores centros populacionais. O que contraria a potencial desertificação de algumas regiões mais remotas e com menos recursos, factor muito relevante no desenvolvimento sustentável do nosso país.

Por tudo isto deve ser estimulada criação das Pequenas e Micro Empresas, não só com os incentivos do Estado, mas também com o acesso mais fácil ao crédito (mesmo ao micro crédito) junto das Instituições Financeiras.

O apoio do Estado deve ser articulado com as Autarquias que melhor conhecem a realidade das suas comunidades, as suas necessidades e potencialidades. Um apoio que se estenda à ajuda no processo de geração de ideias e constituição das empresas, direccionando-as para a produção de bens e serviços e sua comercialização que melhor aproveitem as vantagens competitivas de cada região.

Deve ser disponibilizada uma adequada e orientada formação técnica e profissional, se possível na própria região, para que os recursos humanos sejam mais qualificados na profissão. Assim, para além de fixarem a população nas regiões de origem, as pequenas e micro empresas, muitas de raiz familiar, asseguram uma mão-de-obra qualificada, o que potencia uma actividade económica mais ganhadora e competitiva. 

Se olharmos para a região da Ria de Aveiro, encontramos diversos exemplos de actividades que poderiam ser desenvolvidas, tendo presente factores como a geografia, o clima, os solos, a cultura, as tradições, o conhecimento actual e antepassado, a proximidade de universidades:


Artesanato – Tapetes em teares / olarias / trabalhos em madeira 

Construção de Embarcações - embarcações de recreio e de pesca típicas ou outras

Gastronomia e Restauração – Enguias / Rojões / Leitão / Pescados / Doçarias / Conservas

Pesca – economia da pesca de rio e de mar e comércio dos seus acessórios

Turismo – aproveitamento das características impares da Ria, seus esteiros e envolvente 

Novas Tecnologias - aproveitamento dos conhecimentos nesta área da Universidade de Aveiro

Agricultura – desenvolvimento de espécies em estufas ou ar livre (vegetais / frutas / flores)

Pecuária – criação de gado em especial bovino e por raças / carne e lacticínios


Paulo Martins - Economista




Seríamos incoerentes, se ao termos evocado  algumas figuras da nossa terra, não prestássemos homenagem a um poeta de Pardilhó, José Bento.
José Bento de Almeida e Silva, nasceu em Pardilhó a 17 de Novembro de 1932.
Fez os seus estudos primários em Pardilhó, com o Professor Reis.
Posteriormente estudou no Porto e em Lisboa, tendo concluído o curso de Contabilidade no Instituto Comercial de Lisboa.
Colaborou em diversas revistas literárias e no Jornal “O concelho de Estarreja”, tendo chegado a dirigir a revista “Cassiopeia”, que fundou com outros em 1955.
É nos anos cinquenta que se revela como poeta, afirmando-se como crítico literário, tradutor e grande divulgador da literatura Hispânica.
Foi um excelente tradutor de inúmeros poemas de língua espanhola, traduzindo Gabriel Celaya, Pablo Neruda, Cemuda, Quevedo, de entre outros.
Atingiu notável prestígio com a publicação de três colectâneas monumentais:
- “Antologia da Poesia Espanhola do Siglo de Ora”
- “Antologia da Poesia Espanhola das Origens do Século XIX” e
. “Antologia da Poesia Espanhola Contemporânea”
Foi condecorado em 1992 pelo Rei Juan Carlos com a medalha de mérito das Belas Artes.
Em 1992, foi agraciado com a Ordem do Infante, concedida pelo Presidente da República Dr. Mário Soares.
Em 1996, recebeu a Medalha de Ouro de Mérito Municipal,
atribuída pela Câmara Municipal de Estarreja.
Do seu livro “Um Sossegado Silêncio”, que possuímos, extraímos dois poemas que temos o maior prazer em publicar. 


Jardim outrora meu e hoje alheio: 
canteiros depreciados 
pela junça, a nortada, a soledade, 
e mãos daninhas, mercenários, 
que dessangram o chão antes fecundo: 
corpos com nome de que ninguém se lembra 
que, embora quebradiços, 
caules maltratados mas rebeldes, 
aí vacilam, respiram, talvez cantem 
como eu desejaria 
◘◘◘◘◘◘◘◘◘◘◘◘◘◘◘◘◘◘◘ 
A idade não nos despoja, 
cumula-nos como coisas: 
há cada vez mais retratos 
caras e livros por ler, 
flores negras, frutos brancos, 
sombras em quartos soalheiros, 
mais discos e luz insones 
a pedir sono e mãos próximas 
mais punhais
mais insidiosos 
contra corações 
mais plenos.


“A cultura está acima da diferença da condição social”
Confúcio



Não se conhece com exactidão porquê terá levado Pardilhó a adoptar São Pedro como o seu orago.
Provavelmente, por a povoação ter uma larga frente virada para a Ria e desde sempre ter desenvolvido a actividade piscatória. Todos sabemos que São Pedro é o padroeiro dos pescadores.
Desde longos tempos que as festas em honra de São Pedro, são tidas como o expoente máximo da Freguesia, esperando-se que neste ano de 2010, venham a ser realizadas condignamente
A Igreja de São Pedro de Pardilhó, começou a ser construída no ano de 1812, edificada em terreno de pinhal, a poucos metros de uma capela ali erigida no reinado de Filipe III (1638).  A sua inauguração, embora ainda inacabada, ocorreu no dia de São Pedro a 29 de Junho de 1835.
As obras mais recentes de conservação e restauro, tiveram lugar no ano de 1969.
A igreja é um edifício construído à traça vulgar na época, sem quaisquer adornos exteriores
É no seu interior que mais se valoriza, com destaque para o altar-mor, cinco retábulos de inspiração setecentista e algumas estátuas em madeira.
A Igreja de São Pedro de Pardilhó, tem agora um melhor enquadramento, após as obras do Centro Cívico, em bom momento realizadas, pela Câmara Municipal de Estarreja,
Temos o maior prazer em inserir uma bela fotografia, que nos foi amavelmente enviada pelo nosso amigo Sr. António Santos.